Não sei se todo mundo é assim, mas quanto mais tempo à toa a gente tem, menos se faz.
A gente tá nesta lenga-lenga de arrumar as coisas para a mudança (daqui de Orlando para o Havaí) faz 4 meses. A gente foi cortando os clientes (websites), vendendo os móveis e organizando as coisas para deixar este continente por um tempo (indeterminado).
Neste período a gente poderia ter feito várias coisas interessantes e úteis. Se fosse a minha irmã, por exemplo, estaria aprendendo um novo idioma.
Às vezes é preferível não fazer nada do que fazer coisas inúteis.
Mas eu tenho este problema, enquanto eu estou esperando alguma coisa acontecer não quero saber de outra. O Franky pelo menos consegue sentar e ler livros (leu vários do Stephen King). Eu fico sem fazer nada.
Agora só faltam 5 dias, finalmente, mas eu fico revoltada com este tipo de comportamento. A única coisa que fizemos de bom foi assistir uma batelada de filmes e acabar uns projetinhos pendentes.
Este negócio de “aproveitar o dia” ou a filosofia “carpe diem” às vezes não funciona. A gente quer fazer, mas não depende somente de tempo. Fazer coisas é uma combinação de tempo e disposição. Não estava a fim, não rolou, fazer o que? Não dá também para nos obrigarmos a fazer coisas que não estamos a fim. Nunca deu certo.
Por isso, quando a gente tá com a “corda toda” temos que fazer em dobro ou triplo. Para compensar estes dias mortos e sem ação. No Havaí vamos ter que dar uma turbinada.
A gente podia ter saído mais pelas ruas de Orlando, mesmo com o frio lá fora, ver algumas coisas por aí, passear pelos parques e shoppings. Eu poderia ter aprendido alemão com o Franky ou ter lido vários livros interessantes. Deveria ter feito exercícios na academia aqui do condomínio.
Ou talvez a gente só queria é ficar sem fazer nada. Um grande espaço em branco entre uma fase e outra só para diferenciá-las. Preguiça pura.